Ana Rocha: Da infância empreendedora à liderança em uma gigante da tecnologia
Início humilde e uma visão global
A determinação de Ana foi moldada por experiências que a ensinaram lições valiosas. Trabalhar em funções como recepcionista, vendedora de semi-joias e professora de inglês deu a ela um repertório diversificado. Ainda jovem, ela decidiu morar no exterior, em Denver, Colorado, para enriquecer sua vivência cultural. Durante esse período, cuidou de crianças americanas e teve contato direto com a rotina de uma típica família dos Estados Unidos. Mais do que melhorar seu inglês, essa experiência lhe ensinou a importância de adaptação, disciplina e resiliência.
Ao retornar ao Brasil, Ana aproveitou suas habilidades para dar aulas de inglês e workshops sobre escrita, enquanto trabalhava como assistente de coordenação em uma escola de educação bilíngue. Paralelamente, dedicava-se ao sonho de entrar em uma universidade pública. Após ser aprovada em primeira chamada na Unicamp, cursando Engenharia, conciliava a rotina acadêmica com sua carreira emergente.
A entrada na IBM: sorte ou preparo?
Pouco antes de completar 19 anos, Ana foi chamada para uma entrevista na IBM, sua terceira tentativa após duas negativas. A situação inusitada — uma ligação enquanto ela estava dentro de um ônibus a caminho da Unicamp — tornou o momento ainda mais memorável. Ana aceitou o desafio e conduziu a entrevista em inglês, demonstrando preparo e confiança.
Sua entrada na IBM marcou o início de uma trajetória meteórica. Durante sua jornada, Ana enfrentou desafios significativos, incluindo liderar uma equipe de homens mais velhos em sua primeira gestão. A insegurança inicial foi superada com foco em desenvolver uma postura coerente e madura, que lhe permitiu ser vista como uma líder, apesar de sua pouca idade.
A entrada na IBM: sorte ou preparo?
“Sorte é a soma de preparo e oportunidade. Quando a chance chegou, eu estava pronta para agarrá-la.”
Decisão de sair da Unicamp
Um dos momentos mais transformadores de sua vida foi decidir sair da Unicamp no terceiro ano do curso de Engenharia. Embora tenha sido uma decisão emocionalmente difícil, Ana percebeu que sua carreira corporativa já estava mais avançada do que as perspectivas oferecidas por seu diploma. Com 6 mil reais mensais no início da carreira, comparados aos 2 mil que muitos engenheiros recebiam após a graduação, a análise lógica prevaleceu.
“Entendi que o nome da universidade não levaria ninguém longe, mas comportamentos específicos, como postura e resultados, sim.”
A escolha de focar 100% na carreira corporativa se mostrou acertada. Ana se formou posteriormente em uma universidade mais acessível, garantindo o diploma apenas como uma formalidade, sem comprometer seu crescimento profissional.
Machismo no mercado corporativo: desafio e superação
Apesar de reconhecer a existência do machismo, Ana sempre optou por não se vitimizar. Em vez disso, trabalhou para se posicionar com competência e maturidade. Seu foco em resultados e postura profissional foi suficiente para minimizar as barreiras impostas por preconceitos de gênero.
“O machismo é real, mas escolhi usá-lo como combustível, não como bengala.”
Os pilares do sucesso: coragem, ambição e disciplina
A rápida ascensão de Ana na IBM pode ser atribuída aos três valores que ela considera fundamentais: coragem, ambição e disciplina. Esses pilares guiaram decisões importantes, como morar no exterior, deixar a Unicamp e assumir posições de alta responsabilidade. Cada problema enfrentado era encarado como uma oportunidade, e sua dedicação em sempre estar um passo à frente foi essencial para conquistar promoções rápidas e consistentes.
“Minha trajetória é a prova de que coragem, visão e foco em resultados podem transformar desafios em oportunidades.”
Liderança global e novos horizontes
Atualmente, Ana lidera operações globais em quatro continentes, gerenciando projetos bilionários e mantendo um equilíbrio entre sua vida profissional e pessoal. Com valores inegociáveis como fé, casamento e saúde, ela enfatiza que sua carreira é um meio para alcançar objetivos maiores, e não um fim em si mesma.
Marcos de carreira: o impacto de Ana Rocha
- Gerente Sênior mais jovem do Brasil em uma multinacional com mais de 90 mil funcionários e receita de 19 bilhões de dólares.
- Gestão de contas globais de empresas como FedEx, Macy’s e Whirlpool.
- Liderança de operações de TI em quatro continentes: América Latina, América do Norte, EMEA e Ásia.
- Coordenação de projetos para grandes bancos com receitas anuais de 21 bilhões de dólares.
Lições para inspirar novos líderes
Ana Rocha é um exemplo claro de que resultados vêm da combinação de preparo, foco e decisões estratégicas. Sua história inspira jovens profissionais a desafiar limites e buscar crescimento, não importando as adversidades. Com sua jornada, Ana prova que é possível alcançar o extraordinário, mesmo partindo de inícios simples.
“Minha história é sobre ambição com propósito. Não se trata apenas de alcançar grandes cargos, mas de construir algo significativo enquanto se mantém fiel aos próprios valores.”